segunda-feira, 31 de maio de 2010

Batata Yacon, uma aliada do organismo

O yacon é uma raiz tuberosa, oriunda da região Andina, que tem sido considerada como alimento nutracêutico em decorrência de seus componentes designados, como fibras alimentares solúveis e prebióticos - devido a sua baixa digestibilidade pelas enzimas do trato gastrointestinal humano, estímulo seletivo do crescimento e atividade de bactérias intestinais promotoras da saúde

Esta raiz mostra ser uma fonte alimentar aquosa para que os camponeses que trabalham nas lavouras possam se refrescar. Entretanto, justamente pela ligação desta característica ao fato de ser um alimento de baixo valor calórico, o seu uso foi negligenciado por muitos anos, uma vez que não representava um alimento que fornecesse energia suficiente para o trabalho árduo realizado nas frias regiões Andinas.

Foi introduzido no Brasil no início dos anos 90, onde o consumo expressivo iniciou-se em meados dos anos 2000 e a raiz tornou-se conhecida popularmente como batata yacon ou batata “diet”.

A raiz tuberosa produzida pela planta possui sabor semelhante ao de frutas como o melão, com polpa levemente amarelada, crocante e aquosa.

São consumidas geralmente cruas e descascadas, uma vez que a casca possui sabor resinoso. Outras formas de consumo compreendem a cocção a vapor, em água, ou em fritura. Nos mercados locais andinos,  é classificado como fruta e é exposto juntamente com as maçãs, os abacates e os abacaxis, em vez de serem colocados com as batatas e outras culturas de tubérculos e raízes.

Apesar da forma mais comum de se consumir yacon ser a in natura, muitos produtos como xarope, suco, chips e chá (das folhas) têm sido desenvolvidos a fim de aproveitar as potencialidades desse alimento.

O yacon tem sido alvo de atenção nas últimas décadas visto que ele apresenta compostos bioativos de importância à saúde humana. Sua composição tem como principais substâncias água e carboidratos, os quais são armazenados principalmente sob forma de frutooligossacarídeos (FOS), entre outros açúcares livres.

Devido ao alto conteúdo de água, o valor energético da raiz é baixo. Este fator também reduz sua vida útil em condições ambientais – aproximadamente 7 dias – visto que os tecidos internos das raízes se apresentam muito delicados, característica que os predispõem a sofrer rachaduras ou a romperem-se facilmente durante a colheita, a embalagem e o transporte.

As raízes contêm entre 10 e 14% de matéria seca, sendo esta composta por aproximadamente 90% de carboidratos. A composição dos açúcares varia de forma significante em função de fatores como a cultivar, a época de cultivo e a colheita, o tempo e a temperatura na pós-colheita.

O conteúdo de proteínas, lipídios, vitaminas e minerais das raízes é bastante baixo. O mineral mais abundante é o potássio, que existe em quantidades significativas e representa, em média, 230mg 100g de matéria fresca comestível.

Em menores quantidades são encontrados o cálcio, fósforo, magnésio, sódio, ferro, zinco, manganês e cobre. Algumas vitaminas encontradas geralmente representam elementos traço na composição, exceto o ácido ascórbico. Entre elas estão: retinol, caroteno, tiamina, riboflavina e niacina.

Ainda que os compostos fenólicos nas raízes sejam altos, a concentração se apresenta ainda mais elevada em outros órgãos da planta, como as folhas e a cepa.

Esses compostos têm como propriedades gerais: serem antioxidantes, exercer efeitos quelantes e modular à atividade de vários sistemas enzimáticos, de modo a atuar majoritariamente na dieta como elementos que promovem saúde ante fatores químicos e físicos estressantes para o organismo.

Fonte: SANTANA, Isabelle and CARDOSO, Marisa Helena. Raiz tuberosa de yacon (Smallanthus sonchifolius): potencialidade de cultivo, aspectos tecnológicos e nutricionais. Cienc. Rural [online]. 2008, vol.38, n.3, pp. 898-905.

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